O indiciamento do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Jr., e o pedido de investigação contra o procurador-geral, Roberto Gurgel, incluídos no relatório da CPI do Cachoeira, forçam a tampa de um bueiro capaz de revelar detritos omitidos na narrativa conservadora da Ação Penal 470. As linhas de passagem entre um caso e outro foram represadas na pauta da conveniência. Os processos são distintos, mas os personagens se repetem.
A sucursal de Veja em Brasília adicionou ao moderno arsenal da Editora Abril a subcontratação de serviços na modalidade just in time à quadrilha Cachoeira (leia reportagem de Najla Passos, nesta pág).
Trata-se de um exemplo de coerência de quem não poupa tinta e papel no elogio às reformas e ferramentas do repertório neoliberal.
O downsinzing é uma delas. Veste de inglês o velho ‘facão’ ao enxugar equipes, subcontratando serviços de terceiros com reconhecida competência no ramo.
Policarpo Jr. notabilizou-se na fusão entre teoria e prática.
Estabeleceu-se entre os dois chefes de equipe, o da quadrilha –condenado a cinco anos em regime semi-aberto, mas já livre; e o de Veja, protegido pelos pares de prática e fé, uma sinergia de interesse assumidos em operações casadas.
O ex-araponga do SNI, o ubíquo Dadá, braço direito de Cachoeira, gerava ‘provas’ capazes de emprestar aromas de veracidade às pautas demandadas por Apolinário. Na recíproca, o esquema Cachoeira era brindado nas páginas da semanal com acepipes de interesse do bicheiro.