A ‘Disneylandia’ do filho de FHC

31/07/2011

Reproduzo artigo de Eduardo Guimarães, publicado no seu Blog da Cidadania

 

A perseguição da mídia a Lula e à sua família não terminou depois que ele deixou o poder. Desde a semana seguinte à posse de Dilma Rousseff, em janeiro, que os ataques ao ex-presidente miram todo e qualquer aspecto de sua vida particular – desde os valores que cobra para dar conferências (como faz seu antecessor Fernando Henrique Cardoso desde que deixou o poder) até as atividades privadas de seus familiares.

Essa perseguição obstinada, irrefreável e interminável acaba de ganhar mais um capítulo. Neste domingo, o jornal Folha de São Paulo expõe uma neta do ex-presidente-operário, Bia Lula, de 16 anos, que integra o elenco de uma peça de teatro que recebeu financiamento de 300 mil reais da operadora de telefonia OI. A matéria insinua que o financiamento só ocorreu devido à influência de Lula.

Este post, porém, não pretende questionar a função fiscalizadora da imprensa nas democracias e, sim, a seletividade nessa fiscalização. Não é ruim que a imprensa fiscalize a vida privada dos políticos desde que não faça isso em benefício de outros políticos, tornando-se partícipe do jogo político-partidário, o que lhe retira a credibilidade, razão pela qual esses conglomerados de mídia negam até a morte que têm qualquer preferência política.

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A “cartilha” neoliberal na cabeça da mídia

31/07/2011

 

Do Blog Tijolaço, de Brizola Neto 

O Ministro Guido Mantega não é das pessoas mais exuberantes do falar.

Mas os entrevistadores do Estadão foram tão radicalmente “mercadistas” que ele deu um banho na matéria publicada ontem.

Este diálogo, se não tivesse sido preproduzido pelo próprio jornal, seria inacreditável:

Estadão: O Banco Central vem seguindo essa cautela com juros com esses aumentos bem baixinhos da Selic, de 0,25%?

Mantega: Bem baixinho? É a mais alta do mundo! Aumentou 1,5 ponto porcentual. Qual foi o país que aumentou isso?Não tem nada de baixinho.

Impressionante que quatro jornalistas de um dos maiores jornais do país se refiram como “baixinhos” aos aumentos de juros no Brasil.

A cabeça do jornalismo econômico brasileiro “está feita”.  Eles só ouvem e crêem no “mercado”.

Apesar disso, a entrevista é muito boa por revelar a segurança que o Ministro da Fazenda transmite, neste momento de ameaças.

Afinal, ele tem mais informações do que qualquer um de nós sobre a situação  de nossas contas e revela ter muitas das opiniões que aqui tem sido debatidas.

E não demonstra, hora alguma, ter o pulso alterado pela ameaça de crise.


Terrorista louro de olhos azuis

31/07/2011

Por Frei Betto, no sítio da Adital

Publicado no Blog do Miro

Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito.

A mídia usamericana incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o Islã é originariamente violento e, em sua primeira visita aos EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.

Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo… alerta o preconceito infundido.

Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas Cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.

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Ney Matogrosso a olho nu

30/07/2011

Ele faz 70 anos e não quer saber de tributos: quer é cantar, dançar, atuar e dirigir

Roberta Pennafort – O Estado de S.Paulo

Quase 40 anos saracoteando nos palcos, e o introspectivo Ney Matogrosso revela: é desses que não suportam Parabéns Pra Você. Sente-se constrangido. Segunda-feira, não vai soprar as 70 velinhas a que tem direito neste aniversário. Vai esperar a sexta-feira, quando recebe para jantar os amigos mais próximos. Só cedeu à festa porque pensou bem e concluiu que a idade – inacreditável – é cabalística (dez vezes o número sete).

'Sou feliz com minha vida'. Fabio Motta/AE Ney.

A carreira de quase 40 anos se mantém no topo, o público o acarinha nos shows e nas ruas do Leblon, a voz está ótima, o manequim, estacionado em 38. Não há crise. “Nos 60 anos, tive uma insegurança idiota em relação a como agir, o que vestir. Depois vi que não mudava nada, porque serei a mesma pessoa até morrer”, ele contou, em entrevista em casa, há cinco dias. Nem a perda de cabelo, que o deixa cada vez mais parecido com o avô, assombra Ney, que já teve seus dias de rabo de cavalo. “Entre ficar careca e brocha, é melhor careca…”

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Realidade na ficção

30/07/2011

Carta Capital – Mauricio Dias

Entre os anos 1960 e 1970 o governo dos Estados Unidos fez e desfez no continente latino. Ameaçado pela proposta revolucionária de Fidel Castro, em Cuba e, também, pela virada à esquerda do chileno Salvador Allende, Washington patrocinou a derrubada de governos civis e militares com políticas nacionalistas ou progressistas e impôs ditaduras militares conservadoras e sangrentas.

Foi uma orquestração sob a regência dos maestros da Casa Branca.

Nesse mesmo período, além dos golpes no Brasil, na Argentina e no Uruguai, foram derrubados também os governos do Panamá (1968), Chile (1973), Peru (1975), Equador (1976), El Salvador (1979), Bolívia (1980). Formou-se o que os diplomatas chamaram de “dominó da direita”.

No Brasil, logo após a queda de Goulart, o jornalista Edmar Morel escreveu o livro O Golpe Começou em Washington, onde expôs-se pela primeira vez os mentores da ação de 1964.

Agora, no que pode vir a ser uma antecipação aos historiadores, o romance O Punho e a Renda, do escritor e diplomata Edgard Telles Ribeiro, introduz uma hipótese nova. Sugere que a distensão política conduzida pelo general-presidente Geisel de forma “lenta, gradual e segura”, como ele próprio a definiu, também começou em Washington. Impelida por um acordo nuclear Brasil-Alemanha que, entre outros efeitos, interrompeu a compra das usinas nucleares da americana Westinghouse.

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Não tentem pegar a Dilma por aí

30/07/2011

Do Blog Tijolaço, de Brizola Neto

A reportagem exibida ontem pelo Jornal Nacional é um primor de “urubologia”.

Com uma edição digna de programa eleitoral do PSDB, com números negativos exibidos em computação gráfica e imagens de obras supostamente paradas.

Numa tentativa de transformar o sucesso em fracasso, não há uma palavra sobre 89% das obras monitoradas  estarem em ritmo adequado, enquanto 8% estão em estado de atenção, 2% têm execução preocupante e 1% já foi concluído, até porque são obras pesadas, que não se fazem com um estalar de dedos. Esse é o número em valor, o critério mais adequado, porque não distorce o quadro, misturando pequenas obras com grandes projetos.

Em resumo: 90% está dentro do planejado e 10% apresenta problemas. Mas a Globo faz matéria apenas sobre os 10%.

Nem uma palavra sobre já estarem contratados R$ 25 bilhões para obras de saneamento, 87%  deles em obras cuja execução está em torno de 50% realizada.

Nem um segundinho para a informação de já entraram no sistema elétrico brasileiro 2 mil megawatts gerados por obras do PAC 2. Ou que 83% dos projetos de urbanização em áreas precárias estão em andamento, satisfatoriamente.

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Serra não resolve problemas do PSDB e fala do PT, diz Lula

29/07/2011

Do Blog Os Amigos Do Presidente Lula

O ex-Presidente Lula rebateu nesta sexta-feira comentário feito pelo ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), de que a chance de Lula voltar a ser candidato à Presidência em 2014 seria “muito alta”. Durante palestra realizada a convite das Forças Armadas na Escola Superior de Guerra, na Urca, no Rio de Janeiro, Lula disse que Serra deveria deixar de falar sobre o PT e cocentrar-se nos problemas do PSDB.

Em entrevista ao jornal espanhol El País publicada na quinta-feira, Serra afirma que Lula “nunca deixou de estar em campanha”, já que continua a atacar a oposição. “A probabilidade de Lula ser candidato nas eleições presidenciais de 2014 é muito alta”, disse o ex-governador.

“O Serra deveria falar sobre o PSDB. Não consegue resolver os problemas e vem falar do PT. É demais, não é? O Brasil tem uma candidata em 2014 chamada Dilma Rousseff. Ela é presidenta do Brasil, vai fazer um governo extraordinário e só há uma possibilidade de ela não ser candidata, que é se ela não quiser”, afirmou Lula nesta sexta-feira.

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Cantanhêde não gosta de Cristina Kirchner

29/07/2011

Do Blog do Miro, por Altamiro Borges

Eliane Cantanhêde, a colunista da Folha que adora a “massa cheirosa” do PSDB, sempre criticou a guinada à esquerda na América Latina. Ela já escreveu vários textos contra Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e outros presidentes da região, rotulando-os de “populistas”, “tiranos” e outros adjetivos. No artigo de hoje, ela fustiga, mais uma vez, a presidenta Cristina Kirchner.Em visita oficial ao Brasil, Cristina se reúne hoje com a presidenta Dilma Rousseff, participa da inauguração da nova sede da embaixada da Argentina no país e discute temas de interesse das relações comerciais e diplomáticas entre os dois países. Para a colunista da Folha, porém, ela visita o Brasil apenas para tirar fotos para a sua campanha eleitoral.Intrigas contra a integração

“Às vésperas das eleições presidenciais na Argentina, em 23 de outubro, Cristina Kirchner vem ao Brasil para fazer o lançamento internacional de sua candidatura à reeleição e tirar fotos, muitas fotos, com Dilma e, principalmente, com Lula… O que ela quer é posar ao lado de Lula, um ídolo, quase um mito, na Argentina, e de Dilma, mulher, presidente e discípula lulista – como ela própria, Cristina, quer se mostrar ao eleitorado argentino. A viagem não é de presidente, é de candidata”.

Sempre crítica à integração latino-americana, a colonizada Cantanhêde também aproveita para fazer as suas intrigas – jogando o Brasil contra a Argentina e Lula contra Dilma. Para ela, os dois países “vivem um amor conturbado”. A culpa seria dos argentinos, que adotaram medidas para proteger a sua economia. Lula aceitou as imposições, mas Dilma não – garante a colunista. “Lula levava na base da diplomacia e dos sorrisos, mas foi Dilma assumir e dar sinal verde para a retaliação. Canelada com canelada se paga”.

Saudade do Brasil colonizado

Ao final, Cantanhêde ainda parece lamentar a incompetência da direita argentina na disputa presidencial. “Cristina é favorita, até porque a oposição, rachada, não tem um nome para enfrentar a presidente e a força do sobrenome Kirchner. Ainda mais atrelados a Lula, forte fator eleitoral aqui e alhures”. O machismo da colunista fica implícito; Cristina depende de dois marmanjos.

Cantanhêde deve morrer de saudades de FHC. Talvez ela preferisse as visitas do ditador Alberto Fujimori ao ex-presidente tucano; ou as “relações privilegiadas” com os EUA no acordo da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e na cedência da base militar de Alcântara; ou a gestão desastrada de Carlos Menem, com suas “relações carnais” com os EUA, que ferraram os argentinos. Ela não esconde a sua bronca diante dos avanços da integração latino-americana. Prefere o Brasil dos tucanos, o Brasil colonizado.


A maioria da população é contra a união gay. E daí?

29/07/2011

Reproduzo artigo de Leonardo Sakamoto, publicado no seu Blog

Uma pesquisa do Ibope Inteligência, divulgada hoje, mostra que 55% dos brasileiros são contrários à decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a união de casais do mesmo sexo. Segundo o estudo, as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas são os que menos se incomodam com o acesso a esse direito. Sobre a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, a 55% também são contrários.

Para ser sincero, imaginei que a porcentagem ia ser bem maior, considerando que nossa sociedade foi forjada no que há que de pior do machismo e do patriarcalismo. Além disso, toda ação de vanguarda para garantir direitos, como foi a decisão do Supremo, gera sempre uma reação contrária. Ou seja, quando um grupo consegue acesso à cidadania e à dignidade tende a gerar manifestações no sentido inverso por aqueles que se sentiram atacados ou ofendidos. Ressaltando, é claro, que um grupo que se sente atacado ou ofendido quando outro ser humano obtém o direito a uma vida decente não é um grupo e sim uma horda ou uma matilha.

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O mercado quer que a Petrobras seja o que a Vale foi

28/07/2011

Do Blog Tijolaço, de Brizola Neto

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse hoje à Agência Reuters que a balança de derivados de petróleo da empresa terá déficit até 2015, em meio à crescente demanda e à limitação na capacidade de refino. Ou seja, que a empresa terá de importar derivados de petróleo para satisfazer o consumo brasileiro.

De outro lado, o que não ficou expresso, é que com nossa crescente produção de óleo bruto, teremos de exportá-lo, sem poder refina-lo aqui.

As pessoas menos informadas dizem: que absurdo, importar derivados e exportar petróleo.

E é mesmo, mas é uma situação da qual não se pode fugir a curto prazo. E que, de quebra, ainda é agravada pela crise do etanol.

Isso é resultado da herança maldita de duas eras que o Brasil atravessou. A que ficou conhecida como “década perdida”, os anos 80 – Governos Figueiredo e Sarney – e o neoliberalismo – Collor e Fernando Henrique.

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